Arquivos Genival Luiz da Silva - Centro de Memória do Sul Fluminense

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Genival Luiz da Silva

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O operário Genival Luiz da Silva foi eleito secretário do Sindicato dos Metalúrgicos em 1963 e afastado da entidade ao lado de seus companheiros, o presidente Wilson Meira e o tesoureiro Isnard Ferreira Coutinho, quando do Golpe de 1964. Iria reconquistar a diretoria da entidade apenas em 1968, para ter mais uma vez seu mandato cassado, desta vez por determinação do AI-5, de dezembro de 1968. Em seguida, foi demitido da CSN, ao lado dos outros dois membros da diretoria, e preso (durante 89 dias). Seria na segunda prisão, contudo, em abril de 1969, que Genival seria submetido a sucessivas torturas, as quais relatou em depoimento à Comissão Municipal da Verdade de Volta Redonda1. Além de sindicalista, segundo testemunhos da CMV-VR, Genival pertencia também à organização guerrilheira Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). O bispo Dom Waldyr seria o primeiro a denunciar as graves violações cometidas pelo 1° BIB.

Genival pode ser considerado um guardião da memória do sindicato dos metalúrgicos da região, sobretudo em um momento em que a história da entidade permanece obscura ou foi silenciada. Em seu acervo pessoal constam documentos relacionados à sua vida e também a de seus companheiros operários da CSN e atuantes do sindicalismo. Os documentos revelam a parte administrativa das atividades do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, quando esteve à sua frente, nos primeiros anos da década de 1960. O acervo reúne também sinopses processuais relacionadas aos anistiados políticos, sendo possível um histórico da luta dos anistiados políticos no sul fluminense.

Como destaque inicial, podemos citar o IPM da CSN, instalado logo em abril de 1964 e que não foi localizado, até o momento, em nenhum outro arquivo que guarda documentações oficiais do período militar. Neste documento, estão relatadas as primeiras prisões ocorridas em Volta Redonda, identificando algumas lideranças que foram presas pela polícia administrativa da CSN e levadas para o 1º BIB, como o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos João Alves dos Santos Lima Neto (01/04/64) e os ex-diretores da CSN Wandir de Carvalho e Othon Reis Fernandes.

Este material foi digitalizado durante a vigência do projeto O 1° Batalhão de Infantaria Blindada do Exército e a repressão militar no Sul Fluminense, financiado pelo Edital n° 38/2013 da Faperj de “Apoio ao estudo de temas relacionados ao direito à memória, à verdade e à justiça relativas a violações de direitos humanos – 2013” e integra atualmente o acervo do Centro de Memória do Sul Fluminense Genival Luís da Silva.

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